“A falta de medo expõe a criança ao risco e o excesso dele faz com que ela se feche, numa espécie de prisão sentimental”
Maria Tereza Maldonado
Medos comuns por idade
0 a 18 meses
Barulhos estranhos ou altos, luzes intensas, pessoas
estranhas e riscos de quedas. O bebê chora ou fica irritadiço e agitado.
18 a 36 meses
Água, pessoas mascaradas (Papai Noel), escola e tudo o que
for estranho à sua rotina. É importante saber que a zona de conforto do bebê
está ligada à ordem.
3 a 5 anos
Fantasias assustadoras, como monstros e fantasmas. É a fase
da imaginação fértil, que pode se intensificar na hora de dormir. Ela acontece
por causa do desenvolvimento da massa cinzenta. Vale lembrar que a capacidade
de imaginação aumenta à medida que ocorre o desenvolvimento biológico do
cérebro.
A partir dos 6 anos
Medos mais vinculados à realidade, como o de ladrões e o de
acidentes em geral. A família deve transmitir a malícia necessária para a
criança ter segurança. Nessa hora, é importante demonstrar como agir em uma
piscina ou, então, o que fazer diante do assédio de estranhos.
Como lidar com o medo infantil
- Dê atenção, questione e estimule a criança a enfrentar o
medo irreal (ou inimigo): ela encontrará sozinha uma solução para suas
fantasias. Exemplo: a sombra na parede pode se transformar em uma aliada no
confronto dos medos (em vez de causá-los).
- Não gaste tempo demais falando sobre o assunto para evitar
que a criança fique ainda mais ansiosa. Mude de tópico, distraia.
- Fale a verdade sobre os medos reais (ou amigos) para que a
criança construa noções de perigo. Exemplo: ela tem de saber que escadas,
piscinas e animais presos representam riscos. Mas faça isso sem aterrorizá-la.
- Brinque com seu filho e entre na fantasia dele (a do
bicho-papão, por exemplo): experiências lúdicas ajudam os pequenos a lidar com
seus anseios.
- Bonecos e brinquedos treinam a criança para a vida. Os
pequenos costumam representar em brincadeiras o sentimento de medo frente a uma
situação real, como a ida a um hospital.
- Avalie a intensidade do medo e fique atenta para o limite
da normalidade, que é a rotina saudável de vida.
- Faça a apresentação formal das pessoas para que a criança
saiba que aquele estranho tem autorização do pai para se aproximar. É verdade
que nem sempre isso funciona. Nesse caso, é preciso ter paciência e saber dar
tempo ao tempo. Essa fase passa. Mas é importante não confundir o choro da
criança que fica sem a mãe a semana inteira e não quer largar o colo no fim de
semana do choro de medo de estranhos.
- Ofereça objetos para ela se sentir mais segura,
principalmente na hora de dormir sozinha. São os chamados objetos
transicionais, que reduzem a ansiedade da criança durante a passagem da vida
desperta para o sono. Pode ser o famoso ursinho, o naná, a boneca e até a
mantinha. O importante é que ele tenha algo familiar à mão para enfrentar os
temores na hora de dormir.
- Jamais use o medo da criança como meio de poder: além de
cruéis, ameaças de deixar o filho sozinho ou no escuro reforçam o medo inimigo.
http://bebe.abril.com.br/materia/por-que-as-criancas-sentem-medo
por Giuliano Agmont
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